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MEDICINA
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Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

          Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
         

          Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado sarcoma.

          Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).

Os tumores benignos têm seis características principais:

- Somente crescem até um determinado tamanho.
- Normalmente, não crescem muito rápido.
- Não destroem células normais.
- Não se propagam ao tecido que os cerca.
- Normalmente não produzem efeitos secundários graves.
- De modo geral, crescem de uma maneira ordenada.

          Os tumores malignos são conhecidos por sua capacidade de invadir e destruir tecidos e órgãos, tanto os que estão próximos quanto os que estão mais afastados do tumor original. A morte acontece quando a propagação do câncer danifica os tecidos e os órgãos vitais, de tal maneira que não podem mais funcionar.

          As células do câncer atacam tecidos nunca param de se multiplicar. O câncer tem um comportamento distinto em cada pessoa, de acordo com o seu tipo. Pode surgir em qualquer idade, embora tende a afetar pessoas de idade avançada, em geral a partir dos 55 anos. O câncer também pode se apresentar em crianças e, de fato, é a segunda causa principal de morte em crianças entre as idades de 1 e 15 anos.

O que causa o câncer?

          As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estamos ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural (
incluem situações nas quais a pessoa está exposta a determinados produtos químicos como o benzeno e o asbesto/amianto. Os pintores, os fabricantes de pneus, os destiladores e os fabricantes de sapatos estão frequentemente expostos ao benzeno. Os trabalhadores de minas, de isolamentos e de estaleiros, por outro lado, estão frequentemente expostos ao asbesto).

          As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.

          De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos; o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.

          O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.
Outros fatores ambientais que causam câncer incluem:
- Exposição a agentes contaminantes ambientais, tais como os gases emitidos por automóveis.
- Exposição às radiações solares.
- Exposição a níveis altos de raios X.
- Exposição a radiações eletromagnéticas.
- Dieta com grande quantidade de gordura e pouca fibra.
- Tabagismo.
- Abuso das bebidas alcoólicas ou de determinadas drogas.
            Os fatores internos que podem causar o câncer incluem a obesidade, as infecções causadas por vírus, como a hepatite B crônica, e um histórico familiar no qual o câncer figura.
            As possibilidades de sobrevivência ao câncer dependem do lugar em que o câncer se encontra no corpo e dos tipos de tratamento utilizados. Há cinco formas principais de tratar o câncer:
- Cirurgia.
- Radioterapia.
- Quimioterapia.
- Terapia hormonal.
- Terapia biológica.
            Para o tratamento do câncer, o médico pode utilizar apenas um método ou uma combinação de vários.

Dez Dicas para se Proteger do Câncer:

1 - Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.

2 - Uma dieta alimentar saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos 40%. Coma mais frutas, legumes, cereais e menos carnes e alimentos gordurosos. Sua dieta deveria conter diariamente pelo menos 25 gramas de fibras, e a quantidade de gordura não deveria ultrapassar 20% do total de calorias ingeridas.

3 - Procure abrir mão totalmente ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem tomar mais do que dois drinks por dia, enquanto as mulheres devem limitar este consumo a um drink. Além disso, incorpore a prática de exercícios físicos à sua rotina diária. Exercite-se moderadamente durante pelo menos 30 minutos, 5 vezes por semana.

4 - A mulher deve fazer um auto-exame das mamas todo mês. Com 35 anos de idade a mulher deverá submeter-se a uma mamografia de base, com 40 anos, um ou duas mamografias de segmento e a partir dos 50 anos uma mamografia anual.

5 - A mulher a partir dos 20 anos deverá submeter-se anualmente a uma exame preventivo do colo do útero (papanicoloaou).

6 - O homem deverá fazer um auto-exame de testículos todo mês.

7- Homens e mulheres com mais de 50 anos devem solicitar ao médico um exame anual de sangue oculto nas fezes.*

8 - Os homens com mais de 50 anos devem procurar o médico regularmente para prevenir o câncer de próstata.

9 - Evite a exposição prolongada ao sol e use filtro protetor solar fator 15 ou superior.

10 - Faça regularmente um auto-exame da boca e da pele.

* A pesquisa de sangue oculto nas fezes exige um preparo especial que deve ser feito com muito rigor, senão o exame apresenta falso positivo. Qualquer ingestão de sangue pode mascarar o resultado. O preparo deve ser feito durante 3 dias.

1. Não comer carnes, nem ave, nem peixe (somente verduras e legumes);
2. Tomar cuidado ao escovar os dentes para não sangrar;
3. Não tomar laxante, nem fazer uso de contraste radiológico por via oral.
Apenas no 4o dia deverá ser coletada a amostra de fezes.


Dia 27 de Novembro - Dia Nacional de Combate ao Câncer

Câncer de mama

            O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres de raça branca.

            Este câncer representa atualmente 10% do total dos cânceres. Calcula-se que nos próximos 10 anos serão diagnosticados aproximadamente 8.000.000 de casos novos que provocarão a morte de 3.000.000 de mulheres em todo o planeta.

            Apesar das estatísticas desencorajadoras, não há necessidade de recear o câncer de mama. Igual a outros tipos de cânceres, o elemento decisivo consiste na detecção precoce do tumor, o que permite uma porcentagem maior de cura e salva a vida de milhões de mulheres no mundo inteiro.

Fatores de risco:

            Os fatores de risco permitem identificar as mulheres que têm a maior probabilidade de desenvolver o câncer. Mesmo assim, não se trata de cálculo matemático: uma mulher com fatores de risco de câncer de mama pode não manifestar o mesmo ao longo de toda a sua vida, e vice-versa. Os fatores de risco para esta doença são, entre outros:

- Fertilidade diminuída.
- Não ter amamentado.
- Antecedentes hereditários.
- Antecedentes de doenças da mama.
- Ausência de filhos ou idade avançada no primeiro parto.

Ponto de vista clínico:

            O câncer de mama, do ponto de vista clínico, pode se apresentar de várias maneiras.

            Entre as diversas manifestações que pode haver é a apresentação de um tumor que toma a forma de um nódulo duro e indolor, pode ser sentido ao tocar a mama ou se ver no espelho.

            Pode também manifestar-se como uma retração do mamilo, ou mediante vazamento de sangue pelo mesmo - pouco frequente - mas que exige que a mulher procure um médico imediatamente. Às vezes não há manifestação de sintoma algum e o diagnóstico é feito mediante um estudo complementar (mamografia).

            Dor nas mamas é sempre algo preocupante para quem a sofre, mas a verdade é que, na maioria das vezes, a dor não está relacionada ao câncer de mama e sim a doenças benignas.

Exames complementares:

            Estes são procedimentos auxiliares ao diagnóstico (estudos por imagens, análises de laboratório, etc.) que podem ajudar o médico a diagnosticar uma patologia.

            É imprescindível a participação da mulher no diagnóstico do câncer de mama visto ser ela própria a primeira linha de defesa. Como? Através do auto-exame mamário, com o toque nos seios, observando se há nódulos duros, retrações ou secreções.

            É de suma importância estar corretamente instruída para fazer o auto-exame, uma vez que, encontrando algum sintoma em potencial, pode-se ganhar um tempo muito importante.

            A freqüência do auto-exame deve ser mensal, à conclusão de cada ciclo menstrual.

            O segundo passo é a consulta médica e, daí, já entram em jogo diferentes métodos que vão dos menos invasivos aos mais invasivos, e dos de menor custo aos de maior custo, a saber: Mamografia, Ultra-sonografia, Ressonância Magnética, Termografia (muito discutida), Citologia, Punção Histológica e Biopsia Cirúrgica (Cirurgia).

            De todas elas, a mamografia é o passo a seguir no diagnóstico do câncer de mama. É o método menos invasivo e de menor custo, tendo um papel importantíssimo na detecção desta doença. Trata-se do método de pesquisa por excelência no câncer mamário.

            Este método possui uma alta capacidade de detecção de nódulos, opacidades difusas, calcificações, micro-calcificações (calcificações menores de 1mm.) e imagens da perda da arquitetura da mama que levam a suspeitar o câncer.

            Sua verdadeira importância fica na detecção de pequenos cânceres (sempre menores que 1cm.) e lesões pré-cancerosas que, com o tempo, levarão ao câncer.

Câncer de próstata

Introdução

            O câncer de próstata é, nos homens, o segundo câncer em termos de freqüência de aparecimento, seguindo logo após o câncer de pulmão. É o de maior incidência de apresentação entre os 60 e 70 anos de idade e atinge, em média, 1 em cada 8 homens acima de 50 anos..

            A próstata, como a maioria das glândulas do organismo, está submetida à influência dos hormônios. Na próstata os androgênios (hormônios masculinos) e os estrogênios (hormônios femininos) exercem sua influência, e é a influência hormonal desequilibrada que produz o câncer.

O que é a próstata?

            A próstata é uma glândula situada abaixo da bexiga. Produz uma secreção denominada fluido prostático, responsável pela maior parte do volume do sêmen produzido quando há a ejaculação. A glândula envolve a uretra, que é o canal pelo qual a urina sai da bexiga e é eliminada. Em um adulto jovem a próstata pesa cerca de 20g e tem o tamanho de uma noz.

            A maioria dos homens percebe, à medida em que envelhece, que o fluxo de urina se torna lento ou é difícil começar a urinar. Em alguns casos, o fluxo pára completamente e é preciso introduzir na uretra uma sonda (catéter), que vai até o interior da bexiga para drenar a urina. O problema é mais freqüentemente causado pelo crescimento da próstata denominado hiperplasia benigna. Em alguns homens, pode ser acompanhado de um crescimento maligno dessa glândula, conhecido como câncer de próstata.

Sintomas

            Nas fases iniciais este câncer geralmente não produz sintomas. Porém, ao crescer e invadir órgãos vizinhos, como por exemplo a bexiga, pode provocar disúria (dor ou ardor ao urinar), aumento da freqüência miccional, gotejamento pós-micção, dor na barriga e dores ósseas (o câncer da próstata tem predileção por invadir os ossos) e anemia.

            Há de ser mencionado que, visto que a doença apresenta escassos sintomas nas fases iniciais, quando as pessoas finalmente procuram consulta médica, 45% já estão em etapas avançadas da doença. Assim, considerando que a administração do tratamento na fase inicial deste câncer gera resultados, é de suma importância que o diagnóstico seja realizado antecipadamente.

Diagnóstico

            O diagnóstico precoce no câncer de próstata é fundamental e, para isso, há diversos métodos. O primeiro é que o homem, ao chegar aos 50 anos, procure um especialista para que sejam realizados diferentes exames, tais como o exame retal, exames de laboratório (medição de antígeno prostático específico) e radiografia do tórax, dos ossos largos e da coluna.

            Mediante o exame retal o médico pode avaliar, embora de maneira subjetiva, o tamanho da próstata, sendo que a doença será suspeitada se verificar a presença de nódulos com a apalpação. Os exames de laboratório destinam-se a confirmar a suspeita do médico ou a descartá-la. O antígeno prostático específico é um estudo que surgiu nos últimos anos, sendo de baixo custo e, se der positivo, indica a presença de tumor. A radiografia do tórax é realizada com o objetivo de verificar os campos pulmonares onde a metástase costuma ocorrer com mais freqüência. A radiografia dos ossos e da coluna é realizada com a intenção de verificar o estado dos mesmos, uma vez que este câncer ocorre particularmente no tecido ósseo. Se a dúvida persistir, a biopsia com certeza definirá o diagnóstico. Para estados mais avançados da doença há outros métodos como: cintigrafia óssea, TAC (tomografia computadorizada) e ECO (ecografia).

Tratamento

            Para tratar o câncer de próstata pode-se combinar diferentes métodos:

- Cirurgia (extirpação do câncer)
- Radioterapia (uso de radiação para eliminação do câncer)
- Terapia hormonal (uso de hormônio para deter o desenvolvimento do câncer)
- Quimioterapia (uso de drogas para impedir o desenvolvimento do câncer)
- Terapia biológica (usando o sistema imunológico para deter o câncer).

            A cirurgia de câncer de próstata chama-se prostatectomia radical e consiste na retirada de toda a próstata, das vesículas seminais e do tecido que as envolve. Em conseqüência desse tipo de cirurgia, existe a possibilidade de o paciente ter impotência e, mais raramente, incontinência urinária. No entanto, a cirurgia é muito importante para a completa retirada do câncer.

            A tratamento com radioterapia utiliza radiação. Um raio é direcionado às células que se multiplicam rapidamente - ou seja, as células do tumor - para dividí-las. No câncer de próstata, a radioterapia é uma opção de tratamento para aquelas pessoas que não podem ou não querem ser operadas. Pode ser usada também nos casos em que a doença se espalhou, para aliviar as dores. A radioterapia geralmente é feita em centros especializados em tratamento de câncer onde você será acompanhado por um médico radioterapeuta.

            O tratamento do câncer de próstata com drogas é feito caso a doença tenha se espalhado. A sua finalidade é reduzir o efeito da testosterona e, com isso, diminuir a velocidade de crescimento do tumor. O hormônio feminino, estrógeno, pode ser utilizado para reduzir a secreção de testosterona pelos testículos. Estão disponíveis outras drogas que reduzem a produção de testosterona pelos testículos ou que diminuem a capacidade desse hormônio de estimular as células tumorais.

Como saber se o câncer se espalhou?

            Se for descoberto que você tem câncer de próstata, seu médico irá providenciar uma série de exames para uma etapa que se chama estadiamento. São esses exames que mostrarão se o câncer está situado apenas na próstata ou se há sinais de que se espalhou para outras regiões do corpo.

            O tratamento do se câncer de próstata dependerá de alguns fatores que definirão a escolha de uma ou mais das opções disponíveis. O médico discutirá com o paciente as opções e decidirá qual a conduta mais adequada em cada caso em particular.

FONTES: Base de dados do Portal Brasil, https://www.amato.com.br, Cancer Free: The Comprehensive Cancer Prevention Program, by Sidneu J. Winawer, M.D., Moshe Shike, M.D., Philip Bashe and Genell Subak-Sharpe (Simon & Schuster, 1995); Cancer Facts & Figures 1995 by the American Cancer Society. (1996-2000 INCA – Ministério da Saúde) e Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Nacional de Controle de Tabagismo – CONTAPP. “Falando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco”. Rio de Janeiro, 1996. (1996-2000 INCA – Ministério da Saúde) e Laboratório AstraZeneca, divisão de Oncologia.


METÁSTASE NO FÍGADO
Chance de cura através de cirurgia chega a 50%

          A ressecção de tumores secundários no fígado é o único tratamento que pode oferecer a cura com chances de até 50%. Isso vale para pessoas que não tenham outra doença no fígado, como as cirroses, por exemplo. Quem afirma é o médico Ben-Hur Ferraz Neto, professor-titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da PUC-SP, especialista em cirurgias e transplantes de fígado, vias biliares e pâncreas.

          Como se trata de uma intervenção relativamente longa (costuma durar cerca de cinco horas) - exigindo uma infra-estrutura hospitalar adequada e domínio técnico do cirurgião hepático -, algumas vezes, a conduta não é oferecida ao paciente. Uma dica válida aos portadores de tumores no fígado é que diante de uma opinião negativa sobre a possibilidade da realização da ressecção, ouçam uma segunda opinião médica. "Há, porém, casos onde a cirurgia realmente não se aplica", pondera o médico, referindo-se aos pacientes portadores de cirrose.

          Pacientes com tumores metastáticos no fígado, especialmente os que surgiram em decorrência de câncer no intestino ou cólon, também têm chance de cura. "Se não houver tumores em outras partes do corpo, a ressecção é a melhor alternativa, com chance de cura em 50% do casos", explica Ben-Hur. "Nenhum outro tratamento para esses casos oferece chance de cura", reforça.

          Em relação aos tumores primários do fígado (aqueles que "nascem" em determinado órgão e não em decorrência da doença em outras partes do corpo), a ausência dos sintomas em sua fase inicial é o maior problema enfrentado pela Medicina. Normalmente, os nódulos em pessoas que não sofrem de outras complicações hepáticas são descobertos por acaso. "Os indícios só costumam ser notados pela pessoa quando a doença encontra-se em estágio avançado", revela.

          O hepatocarcinoma ou o carcinoma hepatocelular é o tumor primário maligno mais comum do fígado e um dos mais freqüentes na espécie humana. É muito comum entre as populações africanas, chinesas e do sudoeste asiático (mais de 20 casos por 100 mil habitantes). Na América Latina o índice é de 5 casos por 100 mil habitantes por ano.

          Se por um lado, a descoberta precoce de tumores do fígado em pacientes sem outras doenças é rara, isso não ocorre nos portadores de cirrose. "Como as chances de surgirem tumores são mais expressivas nesses casos, os indivíduos com fígado cirrótico são submetidos a exames preventivos, como o alfafetoproteína, um marcador tumoral que indica a presença de células neoplásicas. Esses exames devem ser realizados periodicamente, em espaços de não mais que seis meses".

          Ao mesmo tempo em que há o lado positivo - representado pela segurança dos exames periódicos -, nem todos os portadores de cirrose hepática podem contar com a cirurgia de ressecção.  "Na grande maioria das vezes, não é possível retirar o tumor cirurgicamente porque o fígado cirrótico não suporta esse tipo de operação", explica o profissional. Em situações como essa, o transplante passa a ser o tratamento mais indicado, desde que "o tumor não tenha mais que cinco centímetros, seja o único existente ou esteja acompanhado de até três outros nódulos com no máximo 3 cm cada um".

          Quando esse conjunto de fatores não permite o transplante, os caminhos são os tratamentos paliativos, como a ablação por rádio-freqüência (destruição do tumor por hipertemia, o que eqüivale a "queimar" a formação maligna), que teve como um dos pioneiros no Brasil o dr. Ben-Hur Ferraz Neto, a embolização intra-arterial, a quimioembolização intra-arterial (que consiste na colocação de um catéter dentro da artéria que alimenta o tumor, através do qual são injetados quimioterápicos e um êmbolo que cessa a irrigação sangüínea do tumor), a quimoterapia clássica, entre outros.

          A ciência atual é definitiva em relação ao poder que as hepatites B e C têm de desencadear o câncer no fígado. Segundo o Hospital do Câncer - AC Camargo, a possibilidade de desenvolvimento tumoral pode ser de 30 a 100 vezes maior nas pessoas infectadas cronicamente pelo vírus B. As cirroses alcoólica, auto-imune, biliar primária, hemocromatose e colangite esclerosante também representam um fator de risco a mais para a neoplasia hepática. É importante salientar que a cirrose não desencadeia o câncer, mas a probabilidade dele vir a se desenvolver. "Por isso, o acompanhamento clínico dos pacientes cirróticos é fundamental".

          Dos tumores benignos que podem surgir no fígado, o hemangioma é o mais comum. "Na grande maioria das vezes não é preciso qualquer tipo de intervenção", esclarece o médico. "Um acompanhamento clínico a cada dois anos, nos casos de hemangiomas muito grandes, é o suficiente". Mas nem todos os casos são iguais. Segundo o professor da PUC-SP, existem hemangiomas que precisam de cirurgia. "São aqueles que apresentam algum tipo de sintoma ou têm mais de 10 cm de diâmetro". Os sintomas que podem aparecer são pouco específicos. "É preciso descartar qualquer condição que possa ser atribuída ao fígado, como uma gastrite, esofagite ou úlcera, por exemplo", diz. "Tudo isso precisa estar afastado para que se possa afirmar que o mal-estar que o paciente sente é causado pelo hemangioma". 

          Outro tumor benigno é o adenoma hepatocelular. "Este caso específico requer cirurgia", afirma Ben-Hur. É um tipo de nódulo que costuma sangrar com muita freqüência e (não por isso) pode vir a se transformar em tumor maligno. A hiperplasia nodular focal também integra a lista dos tumores benignos mais freqüentes. "Quem apresente o tumor pode ficar tranqüilo", diz o médico. "Não é preciso fazer nada, nem mesmo acompanhar com atenção especial", resume. As manifestações benignas são mais freqüentes em mulheres com idade entre 30 e 50 anos.
 

hepatite

hepatite é uma doença que atinge diretamente o fígado. Mas o que é o fígado?

Fígado:

 

            O fígado é um órgão maciço, a maior glândula do organismo e fica localizado na parte superior direita do abdome. As células que o compõem são chamadas de hepatócitos. Ele é extremamente importante porque executa muitas funções vitais para o nosso corpo.

 

Suas funções:

 

1) Receber os nutrientes e as substâncias absorvidas no intestino;

 

2) transformar a estrutura química de medicamentos e outras substâncias, para suavizar, inativar ou ativar essas substâncias através da ação das suas enzimas;

 

3) armazenar nutrientes como glicose e aminoácidos para serem usados posteriormente pelo organismo;

 

4) a partir desses nutrientes, produzir várias substâncias usadas pelo organismo, como proteínas e lipoproteínas;

 

5) produzir a bile, um líquido verde e denso que auxilia o intestino na digestão de gorduras.

 

  O que é a hepatite?

 

            É uma doença inflamatória do fígado que compromete suas funções. Existem vários fatores que podem causar hepatite. Ela pode ser viral (quando for causada por um vírus), autoimune (quando nosso sistema imunológico reconhece seus próprios tecidos como estranhos, atacando-os para destruí-los) ou ainda ser causada por reação ao álcool, drogas ou medicamentos, já que é no fígado que essas substâncias são transformadas.

 

            Existem vários tipos de hepatites, mas aqui trataremos das hepatites virais, abordando os tipos mais comuns (A, B e C), explicando suas diferenças, as vias de transmissão e os meios para tratá-las.

 

            As hepatites podem ser agudas ou crônicas. Uma doença aguda é aquela que tem início repentino e geralmente apresenta sintomas nítidos. Quanto o organismo não consegue curar-se em até 6 meses, a doença passa então a ser considerada crônica e muitas vezes não apresenta sintomas.

 

O que acontece quando o fígado não está saudável?

 

            As doenças do fígado, especificamente a hepatite, provocam anormalidades na função desse órgão, como:

 

Icterícia: é o acúmulo de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é um pigmento esverdeado usado pelo fígado para produzir a bile (uma substância que auxilia o intestino a digerir as gorduras). Esse acúmulo de bilirrubina faz com que a pele e as mucosas fiquem amareladas. Quando o fígado está inflamado, ocorre uma dificuldade de metabolização e eliminação da bile para o intestino;

 

Prejuízo na produção das proteínas e na neutralização de substâncias tóxicas; e

 

Cirrose: é o resultado final de qualquer inflamação persistente no fígado. Pode ocorrer em todas as condições de inflamação crônica desse órgão. Caracteriza-se por necrose (destruição das células), fibrose e nódulos de regeneração. Fibrose é a substituição das células normais do fígado por tecido de cicatrização. Esse tecido cicatrizado (chamado de fibrótico por ser formado por fibras) não tem as funções que as células sadias antes possuíam. Os nódulos de regeneração são compostos por células regeneradas que o fígado produz para tentar substituir as células perdidas, mas infelizmente esses nódulos também não conseguem realizar as mesmas funções das células sadias. As cicatrizes impedem o sangue de circular livremente pelo fígado e limitam a sua função.

 

Sete diferentes vírus da hepatite:

 

            Um vírus é um minúsculo micro-organismo, muito menor e mais simples do que uma célula humana. Uma vez dentro do nosso corpo, o vírus da hepatite invade o fígado, toma posse das células e passa a se reproduzir. Seu ataque debilita as células e provoca a inflamação.

 

            Até agora, há sete tipos de hepatites virais específicas conhecidas - A, B, C, D, E, F e G. Cada uma delas é causada por um vírus diferente. Além disso, há também outros vírus que atacam primariamente outros órgãos e que podem secundariamente comprometer o fígado como o vírus

da Herpes ou o citomegalovírus (CMV).

 


Hepatite A (VHA)


Prevenção:

 

            Existe vacina para prevenir a infecção pelo VHA. Para os portadores crônicos de hepatite B e de hepatite C, a vacinação contra hepatite A é gratuita. Informe-se nas secretarias de saúde de seu estado sobre onde vacinar-se.

 

            Além disso, medidas de saneamento básico constituem outra forma importante de prevenção,  já que a doença é transmitida por via fecal-oral, através de alimentos e água contaminados com o vírus.

 


Como a hepatite A é diagnosticada?

 

            São feitos exames de sangue específicos, como:

 

Enzimas do fígado: Quando o fígado é atacado pelo vírus e as células começam a ser destruídas, as enzimas presentes dentro dessas células se elevam na corrente sangüínea. Os médicos fazem um teste sangüíneo que mede o nível da enzima ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase). O próximo passo é determinar se é um vírus de hepatite que está causando o aumento do nível de enzimas hepáticas.

 

Anticorpos: Os anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico para responder ao ataque de invasores ao organismo. Os médicos fazem um teste anti-HAV para detectar se há presença do anticorpo produzido contra o vírus, o que indicará contato do paciente com ele.

 

  Tratamento da hepatite A:

 

            Como a maioria das infecções causadas pelo VHA, são agudas, o tratamento médico não é necessário para eliminar o vírus. Entretanto, os médicos podem prescrever medicamentos para tratar os sintomas causados pela doença, como dor de cabeça e náuseas, ou dar soro para prevenir a desidratação.

 

            Normalmente os pacientes podem se recuperar em casa. Evitar o álcool é uma recomendação comum, porque como é uma substância tóxica, o álcool debilita ainda mais o fígado.

Hepatite B (VHB)

 

Visão geral:

 

            O vírus da hepatite B (VHB), que causa uma séria forma de hepatite, é transmitido quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados por ele penetram na corrente sangüínea, através de injeções ou ferimentos.

 

            O VHB pode ser encontrado no sangue, na saliva, no sêmen, na secreção vaginal, no fluxo menstrual e no leite materno. Todas essas secreções podem eventualmente transmitir o vírus, que é bastante resistente ao meio ambiente.

 

            Em um número significativo de pacientes, o meio de transmissão não é identificado.

 

            De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas foram contaminadas pelo VHB. Dessas pessoas, 300 milhões evoluíram para doença crônica (2002).

 

As principais vias de transmissão do VHB:

 

1) Da mãe para o bebê;

 

2) contato sexual sem preservativo;

 

3) através de agulhas, seringas, transfusões ou ferimentos;

 

4) transplante de órgãos ou tecidos;

 

5) profissionais de saúde, agente penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHB através da transmissão por sangue contaminado.

 

            Além disso, é muito comum a transmissão do VHB aos membros de uma mesma família através do uso compartilhado de escovas de dente, barbeadores e lâminas contaminadas. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também transmitem o vírus.

 

            O programa Nacional de Imunizações está implementando gradativamente a vacinação em todo o país para a faixa etária menor de 20 anos e além disso, é importante usar o preservativo durante o contato sexual,  já que o vírus é facilmente transmitido dessa maneira.

 

 

 

Prevenção:

 

            A maior parte das opções terapêuticas para prevenir ou tratar a infecção pelo VHB envolve o uso de medicamentos que irão estimular o sistema de defesa do indivíduo, obtendo, assim, respostas imunológicas naturais. Pacientes com cirrose também podem ser submetidos a tratamento. Nesses casos é importante realizar exames para detecção do câncer de fígado (CHC ou carcinoma hepatocelular).

 

            Os pacientes com infecção aguda pelo VHB normalmente se recuperam espontaneamente e não necessitam de terapia antiviral. Contudo, os pacientes que desenvolvem a hepatite crônica B devem receber tratamento para limitar as complicações relacionadas à infecção em longo prazo.

 

            A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, o que não significa que adultos não devam ser vacinados.

 

            As vacinas mais comumente utilizadas estão baseadas no antígeno HBs. Oferecem proteção contra o VHB em aproximadamente 95% dos indivíduos imunocompetentes vacinados. Normalmente são administradas três doses. Após a primeira dose, o intervalo para a segunda e a terceira é de 1 e 6 meses, respectivamente.

 

Tratamento:

 

            Pacientes com infecção aguda normalmente curam-se espontaneamente e não precisam de terapia contra o vírus. Os pacientes com hepatite crônica devem ser tratados para limitar as complicações associadas com a infecção em longo prazo.          

 

Objetivos do tratamento

- inibir a multiplicação do VHB;
- reduzir a infectividade do vírus;
- ajudar a reduzir a necrose e a inflamação do fígado;
- prevenir o desenvolvimento da cirrose e do câncer no fígado.

 

            Não há um tratamento padrão para a hepatite B, porém vários agentes estão sendo usados na prática clínica:

 

Interferon alfa (IFN-) - é muito usado no tratamento da infecção crônica pelo VHB, pois estimula o sistema de defesa natural do indivíduo a combater a infecção.

 

            Em média, 30% a 40% dos pacientes respondem à terapia com IFN-.

 

            Durante o tratamento, a resposta é avaliada, dentre outras maneiras, pela soroconversão, que é o desaparecimento do antígeno HBe e surgimento de anticorpos anti-HBe. Geralmente isso ocorre 2 a 4 meses após o início do tratamento, quando os níveis de RNA do VHB diminuem rapidamente (diminuição da carga viral). No entanto, a inflamação do fígado ainda pode ser detectada vários meses após a soroconversão.

 

Agentes antivirais - inibem a multiplicação do vírus. Os agentes antivirais (vidarabina, aciclovir, ribavirina, lamivudina, foscarnet) inibem a multiplicação viral por interromper a síntese do DNA do VHB.

 

            Os agentes antivirais inibem a multiplicação do vírus. A enzima DNA-polimerase é responsável pela "montagem" de novas tiras do DNA na célula infectada. Os antivirais agem nesse processo, reduzindo a taxa de produção de novos filamentos de DNA viral, ou seja, de novos vírus.

 

            A lamivudina é um agente que vem ganhando espaço no tratamento da hepatite crônica B. Em doses orais superiores a 100 mg/dia ela suprime o VHB, porém, se o tratamento for interrompido, o vírus volta a se multiplicar. O tempo de uso da medicação ainda não foi definitivamente estabelecido.

Hepatite C (VHC)

 

Visão Geral:

 

            O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado por ele penetra na corrente sanguínea através de transfusões, acupuntura, agulhas ou seringas compartilhadas, tatuagens, piercings, instrumentos de manicure, ferimentos, entre outros.

 

            Como acontece com o VHB, numa parcela significativa de pacientes o meio de transmissão não é identificado.

 

            Cerca de 80% das infecções pelo VHC evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite crônica C são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.

 

            O VHC apresenta vários subtipos, os genótipos, que são importantes porque apresentam diferentes respostas ao tratamento. O genótipo 1, por exemplo, apresenta resposta mais difícil do que os demais (não-1).

 

            Segundo as estimativas da OMS, existem 170 milhões de pessoas contaminadas no mundo. No Brasil, esse número é de aproximadamente 3,2 milhões (1,88%).

 

As principais vias de transmissão do VHC:

 

1) Transfusão de sangue e derivados do sangue;

 

2) transplante de órgãos ou tecidos;

 

3) através de agulhas, seringas ou ferimentos;

 

4) da mãe para o bebê (pouco freqüente);

 

5) contato sexual sem preservativo (pouco freqüente);

 

6) Profissionais de saúde, agentes penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHC através de transmissão por sangue contaminado.

 

            Também pode ocorrer contaminação através do compartilhamento de materiais como escovas de dente, barbeadores lâminas e utensílios de manicure contaminados. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também transmitem o vírus.

 

            Aproximadamente um terço dos pacientes contaminados pelo VHC não sabem o modo como contraíram a doença.

 

Prevenção:

 

            Não existe vacina contra a hepatite C. Poucos pacientes desenvolvem anticorpos contra as proteínas virais do VHC; assim, a vacinação não tem se mostrado eficaz.

 

            Na ausência de vacinas, a principal forma de prevenção contra o VHC é testar todo sangue coletado nos bancos de sangue, para assegurar que tanto ele como os seus derivados estejam livres do VHC. Também devem ser realizados exames em outros objetos de doação, como órgãos ou sêmen.

 

            Além disso, são necessários os cuidados com materiais que possam conter sangue contaminado, como alicates de unha, lâminas, barbeadores, escovas de dente, agulhas de seringas compartilhadas, entre outros.

 

            Uma das principais forma de prevenir a transmissão da hepatite C é examinar todo o sangue coletado nos bancos de sangue.

 

Sintomas:

 

            Na fase aguda da infecção os sintomas são leves ou ausentes, por isso ela raramente é diagnosticada nesse período.

 

            Os sintomas da infecção crônica também são leves, pelo menos no início. Dessa maneira, é comum o portador conviver vários anos com a doença sem saber que a possui. Na maioria das vezes, acaba por descobrir acidentalmente durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação de sangue.

 

            Nos casos em que o paciente apresenta sintomas, esses podem ser síndrome gripal, fadiga, falta de apetite, náuseas, vômito, febre e dores abdominais leves.

 

Infecções concomitantes:

 

            Estar contaminado com um tipo de hepatite não significa que você está isento de contrair outras formas de infecções. Pacientes com hepatite C que também contraem hepatite A corem um sério risco de ter hepatite fulminante - uma forma de evolução muito rápida e mortal da doença. Por isso, é importante que portadores da hepatite C sejam vacinados contra hepatite A e B.

 

            Existem também vários casos de pacientes contaminados com os vírus da hepatite C (VHC) e HIV. Nesta situação a hepatite tente a apresentar uma maior velocidade de progressão, podendo ocorrer cirrose mais precocemente. Este problema é preocupante já que os pacientes com AIDS têm apresentado excelentes resultados com o tratamento do HIV e, desta maneira, a hepatite passa a ser uma nova limitação a sua saúde. Vários estudos que investigam opções de tratamento para estes pacientes estão em andamento.

 

 

 

Como a hepatite C é diagnosticada?

 

            São feitos exames de sangue específicos, como:

 

Enzimas do fígado: Quando o fígado é atacado pelo vírus e as células começam a ser destruídas, as enzimas presentes dentro dessas células se elevam na corrente sangüínea. Os médicos fazem um teste sangüíneo que mede o nível da enzima ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase). O próximo passo é determinar se é um vírus de hepatite que está causando o aumento do nível de enzimas hepáticas.

 

Anticorpos: os médicos usam testes tipo ELISA e RIBA para detectar a presença de anticorpos que seu organismo produz contra o vírus da hepatite C. Um teste de anticorpo VHC (anti-VHC ou anti-HCV) positivo indica exposição ao vírus, mas não diz se a infecção está presente ou se já foi curada.

 

Presença do RNA do vírus: Os médicos utilizam o teste PCR (reação de polimerase em cadeia) para procurar o RNA do VHC. O RNA é um conjunto de proteínas que carrega as informações sobre o vírus. Esse teste pode indicar se o vírus está presente no organismo. Há também um teste que verifica a carga viral, porém não é muito utilizado devido a ausência de padronização do método (uniformização do método).

 

Biópsia: A biópsia é a retirada de um fragmento do tecido, nesse caso, o fígado, para examinar a natureza das alterações nele existentes. As biópsias freqüentemente são solicitadas para distinguir hepatite viral de hepatite causada por outros fatores, como o alcoolismo, por exemplo.

 

            Além disso, indica também o grau do dano hepático (se existe fibrose ou cirrose e qual é o estágio). É importante para decidir-se sobre a necessidade ou não de tratamento.

 

            A hepatite C é uma doença de notificação compulsória, ou seja, o médico que a diagnosticou deve, obrigatoriamente, informar a secretaria de saúde do seu estado.

 

Como é a evolução da hepatite C?

 

            A hepatite C é uma doença que evolui lentamente e tem várias conseqüências possíveis:

 

1. Pacientes que não apresentam sintomas (assintomáticos) - Cerca de 70% a 90% dos portadores crônicos de hepatite C, não apresentam sintomas. Se ocorrem, são muito leves e por isso a infecção pode levar muitos anos para ser diagnosticada.

 

2. Infecção aguda - O período de incubação varia de 2 semanas a 6 meses e os pacientes, na maior parte das vezes, não apresentam sintomas clínicos.

 

3. Infecção crônica - Em adultos, a progressão da doença para a forma crônica é muito maior na hepatite C (cerca de 80%) do que na hepatite B (10%). Como já vimos, nesse caso, a doença pode danificar muito o fígado e progredir para cirrose ou até câncer.

 

            Existem alguns fatores que podem indicar a evolução para a hepatite crônica C:

 

  • Duração prolongada da infecção;

  • idade avançada na época da infecção;

  • alto consumo de álcool;

  • infecção pelo genótipo 1b do VHC;

  • infecção conjunta com a hepatite B ou o vírus da Aids.

 

Tratamento:

 

            O tratamento visa prevenir as complicações provocadas pela hepatite C (hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado). O tratamento ideal deveria eliminar completamente o VHC do organismo do paciente, porém, não é possível atingir esse objetivo em todos os casos, com os medicamentos disponíveis atualmente.

 

            O único tratamento com eficácia comprovada contra a hepatite crônica C é o interferon alfa.

 

            Nenhuma outra droga comprovou ser eficaz nessa doença, embora muitas ainda estejam em estudo clínico. A combinação com uma droga denominada ribavirina tem demonstrado duplicar a taxa de resposta sustentada ao tratamento com interferon. Agentes antivirais, como o aciclovir, não demonstraram eficácia em pacientes com hepatite C.            

 

            O uso de agentes imunossupressores, como por exemplo, os corticosteróides - drogas que imitam os efeitos dos hormônios da glândula supra-renal, suprimindo a inflamação e a atividade dos leucócitos - está associado a uma progressão mais rápida para a cirrose, não sendo, portanto, indicados.

 

Hepatite Aguda C: Alguns estudos foram conduzidos durante a fase aguda da infecção pelo VHC e os resultados demonstraram que a terapia com IFN- produz redução significativa no número de pacientes que desenvolvem a infecção crônica.

            É pouco provável, contudo, que a droga seja administrada na fase aguda, devido à relativa ausência de sintomas da hepatite aguda C, o que torna o diagnóstico muito difícil.

 

Hepatite Crônica C: IFN-, combinado com a ribavirina, é o tratamento padrão para pacientes com hepatite crônica C, durante 12 meses para o genótipo 1 e 6 meses para os genótipos não-1. Essa é a terapia utilizada atualmente no Brasil.

 

            Não há critérios universalmente aceitos para avaliar a resposta definitiva à terapia. A eficácia, assim, deve ser medida em termos de "cura", ou seja, eliminação completa do vírus e prevenção das lesões ao fígado.

 

            Entre 50% a 85% dos pacientes respondem inicialmente à terapia, obtendo níveis normais de enzimas do fígado no final do tratamento (resposta primária ou resposta completa ao final do tratamento). Aproximadamente 30% dos pacientes que utilizam a terapia combinada (IFN + ribavirina) obtêm resposta favorável por longos períodos (resposta sustentada).

 

            O tratamento para hepatite crônica C no Brasil é a combinação interferon alfa + ribavirina por 1 ano para os genótipos 1 e 6 meses para os genótipos não-1.

 

            A terapia combinada de interferon e ribavirina não deve ser utilizada por mulheres grávidas, pois oferece o risco significativo de má formação do feto.

 

            Mulheres não devem começar o tratamento até que se certifiquem de que não estejam grávidas, através de um exame adequado. Homens e mulheres em idade fértil, devem fazer uso de métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento e por mais seis meses após o término.

 

Convivência com o problema:

 

            É muito importante aprender a estar informado sobre a hepatite C. Mantenha acompanhamento médico, decidindo junto com o especialista o melhor caminho para tratar a hepatite.

 

            O tratamento para hepatite C pode causar vários efeitos colaterais. Se você está em tratamento, tenha em mente que todos esses efeitos são passageiros e procure seguir as orientações do médico, aplicando corretamente as doses do medicamento e nos espaços de tempo prescritos.

 

            Alguns conselhos básicos podem ajudar a reduzir os problemas relacionados ao uso da medicação:

 

1- Para aliviar febres e dores de cabeça, você pode utilizar o analgésico paracetamol, sempre com a aprovação prévia de seu médico;

 

2- aplicando as injeções de interferon à noite, antes de deitar-se, os picos de concentração do medicamento (e conseqüentemente, os picos dos efeitos colaterais) são atingidos durante o sono;

 

3- procure evitar situações estressantes e não se desgaste fisicamente;

 

4- sempre que possível pratique exercícios leves, como caminhadas;

 

5- tenha uma dieta equilibrada.

 

            Geralmente os efeitos colaterais vão diminuindo após as primeiras semanas de tratamento e a maior parte dos pacientes consegue viver normalmente durante a terapia.

 

            Quando houver qualquer dúvida, converse francamente com seu médico. Se necessário, converse também com seus familiares, amigos e até mesmo seu empregador sobre a redução de suas tarefas.

 

            Procure encontrar nos médicos, enfermeiros e associações de pacientes, o suporte necessário. Os grupos de portadores de hepatite, organizam reuniões e os freqüentadores sentem-se mais encorajados a fazer o tratamento, além de aprenderem muito sobre como encarar o novo desafio com valiosas dicas de qualidade de vida.

 

            Já existem no Brasil vários Grupos de Apoio a portadores da hepatite C .

 

 

            Há, também, um excelente site que deve ser visitado:

 

 

            Sugerimos, ainda, adquirir o livro "Convivendo com a hepatite C"  que poderá ser comprado diretamente do autor Carlos Varaldo, através do e-mail cvaraldo@yahoo.com. É uma obra indispensável aos portadores e aos familiares.